No mês de comemoração ao dia internacional da mulher, é importante refletir sobre uma pauta constante na mídia, violência contra mulher. De acordo com o Centro de Referência e Assistência Social (CREAS) de Cascavel, em 2019 foram atendidos 46 casos, em 2020 esse número sobe para 70 atendimentos, houve um aumento de 52% em relação ao ano anterior.
Acredita-se que por virtude da pandemia durante o ano passado, o número de casos subnotificados possa interferir nos dados, levando a uma contabilização ainda maior que os registrados, e que pode permanecer crescente durante o período de confinamento em 2021. "Muitas mulheres nesse período estão vivendo dentro de casa com seus agressores, não tendo a oportunidade de denunciar, esse número de mulheres que chegaram até o conhecimento de autoridades é alarmante, mas também existem muitas que não tiveram acesso a denúncia", afirma Elsylanne Leitão, advogada do CREAS de Cascavel. Ela explica que quando a vítima faz a denúncia na delegacia, o boletim de ocorrência é levado ao poder judiciário, que transforma a denúncia em medida protetiva. Após intimação de ambas as partes, tanto agressor quanto vítima, é encaminhado um ofício para o CREAS, para que o mesmo tenha conhecimento que aquela mulher foi vítima de violência domestica e assim verificar como está sua situação.
A violência contra mulher nem sempre é caracterizada como domestica, ela pode ser psicológica, física, sexual ou moral, é o que explica a psicóloga Manuelena Evangelista: "Qualquer ação, conduta baseada no gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a mulher dentro do âmbito público ou privado é violência contra mulher, é baseado nisso e esclarecido que ela está caracterizada nas relações de poder do agressor sobre a vítima". Esse tipo de vivência afeta de modo geral a vida da vítima, não só da forma física, mas também a saúde mental. São traumas como dignidade moral destruída, transtorno de pânico, ansiedade, depressão, o usa de álcool e outras drogas, todos eles são fatores relacionados aos traumas e prejuízos que as mulheres agredidas carregam para o resto da vida.
Não existe mais aquela história baseada naquele ditado: "Em briga de marido e mulher, não se mete a colher", se você presencia ou sabe que uma mulher está sendo violentada, é seu dever ajudar e denunciar, o seu silêncio te faz cúmplice desse crime. Ligue 180 e denuncie.